Capacetes
Desenvolver-se é um processo onde proteção e limitação se entrelaçam. Quando começamos a criar uma obra de arte, seja ela uma pintura escultura ou nossos projetos mais íntimos, seguimos caminhos onde emoções e pensamentos são nossos guias. Mas, afinal, onde exatamente começam nossas emoções? E como os capacetes, que tanto nos protegem, também podem se tornar barreiras?
Os capacetes representam pessoas, e de uma certa forma, remetem a proteção, no entanto, eles também limitam nossa visão e percepção, lembrando-nos que toda proteção traz consigo uma forma de restrição. Em que momento a proteção necessária se torna um limitador em nossa vida?
E os papéis, os papeis, representam os pensamentos. Será que nossos pensamentos e emoções são como capacetes, protegendo-nos de impulsos irrefletidos, mas ao mesmo tempo restringindo nossa liberdade criativa?
Antes de executar uma obra de arte, há um pensamento: o que fazer e como fazer. O pensar precede a ação. Sem o esboço, a ação se torna um salto no vazio. Interromper o pensamento é interromper a ação, pois ele é nosso guia em cada movimento, desde o primeiro traço até o acabamento final. Como diz o poeta:
O tempo passa e nem tudo fica
A obra inteira de uma vida
O que se move
E o que nunca vai se mover
Criar uma obra de arte, qualquer que seja, é uma atividade de permanente questionamento. O objetivo não é apenas sobrepor materiais, mas também provocar reflexões. Afinal, o que pensamos define quem somos e direciona nossas ações.
É no ato de criar, que encontramos o verdadeiro sentido do que é ser humano.